domingo, 11 de outubro de 2009

Fim de tarde. Céu inebriante...
Quem me dera poder transpor o que vejo desta janela a todo o Mundo, como um presente, bem como este prazeroso estado de solidão e nostalgia profunda. Cinco latas de Bohemia não foram o bastante... não me fizeram dormir, e ao contrário, me aguçam o desejo da embriguez logarítmica. Não sei o que é mais distante: o freezer do supermercado, onde encontro outras latas, o armário da cozinha, em que me espera um destilado fácil, ou eu mesmo... onde espero descobrir alguma verdade ainda mais inebriante que esta paisagem móvel, este futuro insosso, este presente inerte. Ai. Melancolias...
Anoitece mais um domingo...
Putz! E eu tava me esquecendo que amanhã é feriado. Melancolias?
É o som!
Para quem ainda não ouviu este solo magnifíco, vai abaixo o link pra acessar o disco todo. A música se chama Cais. O álbum, Clube da Esquina, de 1972, executado em conjunto pelo coletivo de mesmo nome, e assinado por Milton Nascimento e Lô Borges, acompanhados por Tavinho Moura, Wagner Tiso,  Beto Guedes, Toninho Horta, Márcio Borges, Ronaldo Bastos, Fernando Brant, e se esqueci de alguém... faz a tua própria busca, e descobrirás quem falta.

CAIS
(Milton Nascimento - Ronaldo Bastos)

Para quem quer se soltar invento o cais
Invento mais que a solidão me dá
Invento lua nova a clarear
Invento o amor e sei a dor de me lançar
Eu queria ser feliz
Invento o mar
Invento em mim o sonhador
Para quem quer me seguir eu quero mais
Tenho o caminho do que sempre quis
E um saveiro pronto pra partir
Invento o cais
E sei a vez de me lançar



    
Clube da Esquina
Milton Nascimento e Lô Borges, 1972
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